Aileen Wuornos, a prostituta mortal

Aileen "Lee" Wuornos foi uma das mais famosas serial killers da história. A prostituta atuou no estado americano da Flórida, durante os anos 90, fazendo seis vítimas.

Ficha Criminal

Nome: Aileen Carol Wuornos
Nascimento: 29 de fevereiro de 1906, em Rochester, Michigan, EUA
Morte: 9 de outubro de 2002, na Prisão do Estado da Flórida, Flórida, EUA
Causa da Morte: Injeção letal
Crime: Assassinato em série
Método: Tiros de arma calibre .22
Atuação: 1989-1990, no Estado da Flórida, EUA
Vítimas: 6 homens de meia idade
Sentença: Pena de morte

Biografia

Aileen Wuornos nasceu em 29 de fevereiro de 1956, na cidade de Rochester, em Michigan, EUA. Ela nunca conheceu seu pai, que cumpria pena por molestar crianças e se enforcou na prisão, em 1969. Em seus primeiros anos de vida morava com sua mãe Diane e seu irmão Keith, um ano mais velho.

Quando estava próximo de completar quatro anos, em 1960, Diane abandonou suas crianças. Os avós maternos adotaram os jovens e criaram como se fossem seus filhos, na cidade de Troy. Aileen e seu irmão se tornaram muito próximos, o que os levaram a se relacionarem sexualmente, quando ela tinha pro volta dos 10 anos. Na mesma época a garota passou a oferecer seu corpo aos meninos da vizinhança em troca de cigarros, drogas e dinheiro. Aos 12 anos, os irmãos descobrem que os avós não são seus verdadeiros pais e se revoltam contra eles.

Aos 14, fica grávida e diz ter sido estuprada por um adulto. Passou toda a gestação num abrigo para mães solteiras, e o bebê foi entregue para a adoção assim que nascera. No ano seguinte, voltou para a casa dos avós e viu sua avó falecer. A partir de então, largou a escola e começou a se prostituir. Poucos anos depois seu irmão Keith morreu de câncer na garganta e seu avo Lauri suicidou-se.

Com 18 anos, em 1974, foi presa pela primeira vez, no estado do Colorado, por conduta desordeira, dirigir embriagada e atirar com uma arma de um veículo em movimento.

Em 1976, Lee, como era chamada, foi para a Flórida, onde se casou com Lewis Fell, um homem de 69 anos. O relacionamento durou aproximadamente 2 meses. Após a esposa se meter numa briga de bar, Lewis conseguiu a anulação do casamento e uma ordem de restrição contra Aileen.

No mesmo ano, Lee voltou para Michigan, onde foi presa por assalto e pertubação da paz. Em 1981 foi novamente presa por assalto à mão armada em uma loja de conveniência, na Florida, onde cumpriu pena por 13 meses. Em 1984, foi presa por falsificação de cheques. Dois anos mais tarde, adotando o nome de sua tia, Lori Grody, foi detida por tentar assaltar um homem.

Na mesma época, conheceu Tyria Moore em um bar gay, em Daytona. As duas se apaixonaram e passaram a morar juntas, com Lee se prostituindo em bares e paradas de caminhão para sustentar o casal.

Tyria Moore e uma das muitas casas onde as duas viveram

Sua primeira vítima foi feita em 1989. Richard Mallory, de 51 anos, foi morto com três tiros de uma arma calibre .22. Seu corpo foi enrolado num tapete e jogado num ferro velho ao longo de uma estrada perto da Interestadual 95, em Volusia, na Flórida. Foi encontrado em 13 de dezembro por dois homens que caçavam sucatas.

No dia 1 de junho de 1990, um corpo não identificado é encontrado, desta vez na Floresta do Condado de Citrus, Flórida. Uma semana mais tarde o corpo foi identificado como sendo de David Spears, de 43 anos. O homem havia sido baleado seis vezes.

Cinco dias depois, restos mortais em decomposição foram encontrados no Condado de Pasco. Nove balas calibre .22 foram encontradas na cena do crime. Mais tarde o corpo foi identificado como sendo de Charles Carskaddon, 40 anos, que estava desaparecido há quase uma semana.

Em 4 de julho, Lee e Tyria perderam o controle do carro que dirigiam e bateram em um arbusto, na Estrada Estadual 315, em Orange Springs. Uma mulher viu o acidente e reportou ao corpo de bombeiros da cidade. As moças seguiram viagem, mas o carro acabou enguiçando e elas resolveram seguir seu destino a pé. Um bombeiro encontrou as duas vagando pela estrada. Ao serem perguntadas se estavam envolvidas no acidente, as moças negaram. Mais tarde o xerife do condado de Marion encontrou o veículo, com os vidros quebrados e manchas de sangue no interior do carro. Descobriram que o proprietário do veículo era Peter Siems, desaparecido há quase um mês. A polícia então montou um retrato falado de Aileen e Tyria.

A arma utilizada nos crimes, e o retrato falado de Aileen e Tyria

Em 30 de julho, Troy Burress, um entregador de 50 anos, não voltou para casa depois do trabalho. Sua esposa deu queixa do desaparecimento às 2 horas da manhã do dia seguinte. Duas horas depois da queixa, o xerife de Marion encontrou o caminhão de entregas de Tony numa estrada perto da cidade de Ocala. O corpo do homem foi encontrado cinco dias depois na Floresta Nacional de Ocala, por uma família que fazia piquenique. Troy foi morto com dois tiros de uma arma calibre .22, um no peito e outro nas costas.

No dia 12 de setembro, o corpo de Charles Dick Humphreys é também encontrado no Condado de Marion. Dick tinha 56 anos, era antigo chefe de polícia no Alabama. Desapareceu no dia anterior, logo após completar 35 anos de casamento. Levou seis tiros de calibre .22 na cabeça e no tronco.

Em 19 de novembro, a última vítima de Aileen foi encontrada numa estrada do Condado de Dixie. Se tratava de Walter Gino Antonio, caminhoneiro de 60 anos morto com quatro tiros.

O capitão Steve Binegar, investigador criminal do Condado de Marion, ouviu sobre os crimes dos outros condados. Formulou uma teoria de que o assassino deveria ser uma figura que não oferecesse perigo às suas vítimas, e logo suspeitou daquelas duas mulheres que haviam batido e abandonado o carro na estrada. No fim de novembro, a Agência Reuters divulgou uma história sobre os assassinatos e disse que a polícia procurava pelas moças.

Com o retratado falado das assassinas no jornal, a polícia recebeu algumas ligações que indicavam os nomes Tyria Moore, Susan Blahovec e Lee Blahovec. As investigações duraram até o dia 8 de janeiro de 1991, quando dois federais disfarçados de traficantes prenderam Aileen num bar de motoqueiros no condado de Volusia. Dois dias depois, Tyria Moore foi encontrada na casa da irmã, na Pennsylvania.

"The Last Resort", o bar onde Aileen foi presa. O nome da assassina foi gravado no "hall da fama" do local.

Aileen Wuornos confessou seus crimes, deixando claro que Tyria era inocente. Alegou também que agiu em legítima defesa, pois havia sido ameaçada e estuprada pelos homens. As alegações não foram ouvidas, e Aileen foi condenada à morte pelo assassinato de seis homens, não sendo acusada pelo assassinato de Peter Siems. Em 2002, foi executada por injeção letal, deixando sua vida aos 46 anos de idade.

Na Mídia

A história de Aileen Wuornos inspirou e deu origem a diversos filmes e documentários. O mais famoso deles é Monster: Desejo Assassino, do ano de 2003. Aileen é interpretada por Charlize Theron, papel que rendeu à atriz uma estatueta do Oscar.